segunda-feira, 24 de maio de 2010

A Questão da água no varejo.




Difícil aqui no Brasil pensarmos em água como um recurso finito, pela abundancia dos recursos hídricos que temos. Você sabia que apenas 2,5% da água do mundo é doce? E que apenas 0,3% desta água provem de rios e lagos?

Difícil também imaginar que existem países não possuem rios nem lagos perenes. Destes, para citar um, a Arábia Saudita é o maior, quase do tamanho do estado de São Paulo. Tem de dessalinizar água do mar com um custo altíssimo, utilizando um processo denominado osmose reversa.
No varejo, aonde a administração de custos é forte, a despesa de água não costuma estar muito em foco, por geralmente não ser muito significativa sua participação percentual sobre as vendas. Nas lojas maiores, uma negociação com a concessionária ou um abastecimento parcial por poços costuma reduzir ainda mais este valor.
Mas, a questão da água não se resume apenas ao custo, deve fazer parte de uma política geral de Sustentabilidade.
Mesmo assim, adotando apenas a ótica de custos, a alteração ou adoção de equipamentos de baixo custo de aquisição e manutenção proporcionam retorno do investimento em tempo relativamente curto, em torno de seis meses a um ano, custo ainda menor se as reformas já estiverem sendo programadas, ou na construção de novas lojas.
Os novos vasos sanitários de caixa acoplada consomem apenas seis litros de água por utilização, contra até vinte de dois litros das antigas. Torneiras hidromecânicas (aquela que você aperta e sai apenas determinado fluxo) nos sanitários proporcionam uma economia em torno de 48% do consumo das convencionais. O uso de redutores de pressão ou vazão, arejadores nas torneiras e controladores nas mangueiras também são baratos e sua adoção resultam em mais economia.
Quando da construção de novos pontos de venda podemos ainda citar o aproveitamento de águas de chuva, o reuso das chamadas águas cinzas (esgoto não fecal, provenientes por exemplo das pias, reaproveitando as para descarga de água em vasos sanitários, lavagem de pisos, irrigação, etc.), a instalação de mictórios secos, de torneiras por acionamento por pedal, etc.
Outras ações, como a manutenção adequada dos equipamentos de refrigeração (no controle da perda e aproveitamento da água utilizada no sistema), não necessitam de investimento em equipamentos.
Atacar a questão da água em sua empresa pode ser um primeiro passo para ir de encontro a sustentabilidade.

quarta-feira, 19 de maio de 2010

Verde e Competitivo


Em 1995, há, portanto 15 anos, Porter (considerado por muitos a maior autoridade mundial em estratégia competitiva) publicou um artigo “Green and Competitive: Ending the Stalemate” (verde e competitivo, fim do impasse) onde conclui que normas ambientais mais severas que estão surgindo não corroem a competitividade das empresas, mas podem aumentá-la, pela inovação na busca e pelo uso dos recursos de forma mais produtiva. A melhoria do ambiente seria então uma oportunidade econômica e competitiva e não um custo.
Com a pulverização do varejo, na maior parte das situações, o poder de compra pende para o lado de um cliente muito mais esclarecido das responsabilidades sociais e ambientais, muito mais preocupado com sua saúde e conseqüentemente com quem se preocupa com ele nestes aspectos.
Este posicionamento está alinhado com os modernos conceitos de sustentabilidade, ou responsabilidade social empresarial (também conhecida por RSE), que se apoia
ria em três pilares, o econômico, o Social e o ambiental.
O pilar econômico se refere à otimização dos recursos aumentando a eficiência visando o lucro, o retorno econômico das empresas e investidores. Este pilar já é foco de trabalho das empresas varejistas. O pilar social visaria o melhor retorno para a sociedade incluindo práticas como operar dentro da lei, pagar impostos, melhorar a condição de vida das pessoas, dos funcionários, clientes e sociedade como um todo. Por fim, o Pilar Ambiental, com temas relacionados com a conservação do meio ambiente, poluição, geração de resíduos, análise de matérias primas, etc., a ser abordado com maior intensidade neste blog.
Percebem-se então alguns conceitos em comum nos três pilares de sustentabilidade, como por exemplo a busca da melhoria das condições de vida para a sociedade e, uma necessidade de ação conjunta em todos os elos da cadeia produtiva, ou de distribuição.
O poder de compra e a conscientização do consumidor, as tendências de mercado, as oportunidades econômicas de utilização dos recursos de forma mais produzida, as vantagens (inclusive para a imagem) da empresa pela adoção de sustentabilidade nos seus conceitos e atitudes, levam-nos ao questionamento do porque se verificam ações, nem sempre coerentes ou conexas, mas nesta direção, em grandes empresas varejistas.
Porque as grandes empresas varejistas estão considerando esta questão como estratégica, a tal ponto de investir milhões no desenvolvimento de políticas de sustentabilidade?

Vamos ver também neste blog exemplos de empresas que enveredaram neste caminho com convicção, determinação e, por este motivo estão por sua vez ficando também grandes. Vamos também ver os estudos, trabalhos, pesquisas, as melhores práticas já desenvolvidas no setor, para orientar no entendimento e de uma estratégia consistente para empresas varejistas.
A sua empresa já está considerando a sustentabilidade como estratégica e ordenando não apenas ações esporádicas, mas políticas e conceitos consistentes ao logo do tempo?