quinta-feira, 16 de julho de 2015

Diretrizes para a implantação de um sistema de gestão ambiental no setor de varejo supermercadista

A questão ambiental evoluiu, de reativa para usos de promoção da empresa/marca, até ser reconhecida como estratégica, até pelo "Papa" da estratégia, Porter.

Mas, no Varejo Brasileiro, especificamente no Setor Supermercadista, a realidade da implantação de um completo Sistema de Gestão Ambiental na empresa, atendendo às demandas da Responsabilidade Social Corporativa, ainda não é uma realidade.


Porque?


Poderia ser talvez por considerar a complexidade da implantação, os seus custos, sua demanda de atenção por parte da organização, ou, simplesmente, por desconhecimento de como fazer.

 
Para mostrar que não é um bicho de sete cabeças, Ciência do Varejo editou uma cartilha compactando o trabalho de uma tese sobre o assunto. 


A cartilha Gestão Ambiental no Varejo: diretrizes para a implantação de um sistema de gestão ambiental no setor de varejo supermercadista, está disponível para download, gratuito, no site da Ciência do Varejo ( www.cienciadovarejo.com.br )

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Whole Strategy


Você já deve ter ouvido falar na rede de supermercados Whole Foods Market; rede americana, já em 1980 acreditou que poderia comercializar produtos naturais e orgânicos em loja no formato de supermercado. Sua atuação na área destes produtos aliado ao seu crescimento através de fusões e aquisições de empresas com o mesmo foco, construiu ao longo deste tempo uma cultura sólida que proporciona a esta empresa um diferencial estratégico difícil de ser copiado.
Porque, as grandes redes aqui no Brasil, não investem em uma marca/bandeira com este perfil? A resposta é simples: não abrem porque não é de sua cultura.
Analisando os valores fundamentais do Whole Foods Market, encontramos que eles apreciam e comemoram a diferença que produtos naturais e orgânicos possam fazer á saúde, o foco é na maior qualidade de produtos possível, sendo agentes representantes dos clientes e não dos fabricantes, consideram também que os clientes (e não os investidores) são seus principais stakeholders, que os satisfazendo, aí sim, podem satisfazer as necessidades dos outros, eles procuram serviço excepcional por reconhecer no seu cliente seu potencial de ser seu maior defensor e admirador, eles procuram entregar valor, qualidade e serviços excepcionais por preço competitivo, querem que as lojas sejam centros de convivência, e estimulam a inovação.
Para as comunidades e meio ambiente, eles apóiam a agricultura sustentável, adotam as práticas ambientais dos três erres (Reciclar, Reutilizar, Reduzir resíduos), apóiam comunidades com um percentual do lucro, prezam pela integridade em todas as relações, promovem a saúde dos seus stakeholders pela educação de alimentação saudável, além, é claro, de criar riqueza através de crescimento e lucro.
Estratégia econômica aliada a estratégia sócio-ambiental. A responsabilidade social corporativa como parte integrante da estratégia principal e não como uma estratégia adicional. Estratégia, não marketing verde.
Fazem parte da linha de produtos carnes livres de hormônios e antibióticos, alimentos sem pesticidas não biológicos, sem aditivos nocivos ou questionáveis. Por isto o Whole Foods Market não comercializa produtos com uma quase centena de ingredientes (princípios na frente de fatores econômicos), produtos de higiene corporal ou perfumaria e beleza (neste caso mais de 300 ingredientes inaceitáveis) oriundos de fornecedores que não fazem experimentos com animais.
É uma empresa das mais admiradas e que mais crescem, possuindo hoje em torno de 300 lojas.
Como está sua estratégia?

segunda-feira, 24 de maio de 2010

A Questão da água no varejo.




Difícil aqui no Brasil pensarmos em água como um recurso finito, pela abundancia dos recursos hídricos que temos. Você sabia que apenas 2,5% da água do mundo é doce? E que apenas 0,3% desta água provem de rios e lagos?

Difícil também imaginar que existem países não possuem rios nem lagos perenes. Destes, para citar um, a Arábia Saudita é o maior, quase do tamanho do estado de São Paulo. Tem de dessalinizar água do mar com um custo altíssimo, utilizando um processo denominado osmose reversa.
No varejo, aonde a administração de custos é forte, a despesa de água não costuma estar muito em foco, por geralmente não ser muito significativa sua participação percentual sobre as vendas. Nas lojas maiores, uma negociação com a concessionária ou um abastecimento parcial por poços costuma reduzir ainda mais este valor.
Mas, a questão da água não se resume apenas ao custo, deve fazer parte de uma política geral de Sustentabilidade.
Mesmo assim, adotando apenas a ótica de custos, a alteração ou adoção de equipamentos de baixo custo de aquisição e manutenção proporcionam retorno do investimento em tempo relativamente curto, em torno de seis meses a um ano, custo ainda menor se as reformas já estiverem sendo programadas, ou na construção de novas lojas.
Os novos vasos sanitários de caixa acoplada consomem apenas seis litros de água por utilização, contra até vinte de dois litros das antigas. Torneiras hidromecânicas (aquela que você aperta e sai apenas determinado fluxo) nos sanitários proporcionam uma economia em torno de 48% do consumo das convencionais. O uso de redutores de pressão ou vazão, arejadores nas torneiras e controladores nas mangueiras também são baratos e sua adoção resultam em mais economia.
Quando da construção de novos pontos de venda podemos ainda citar o aproveitamento de águas de chuva, o reuso das chamadas águas cinzas (esgoto não fecal, provenientes por exemplo das pias, reaproveitando as para descarga de água em vasos sanitários, lavagem de pisos, irrigação, etc.), a instalação de mictórios secos, de torneiras por acionamento por pedal, etc.
Outras ações, como a manutenção adequada dos equipamentos de refrigeração (no controle da perda e aproveitamento da água utilizada no sistema), não necessitam de investimento em equipamentos.
Atacar a questão da água em sua empresa pode ser um primeiro passo para ir de encontro a sustentabilidade.

quarta-feira, 19 de maio de 2010

Verde e Competitivo


Em 1995, há, portanto 15 anos, Porter (considerado por muitos a maior autoridade mundial em estratégia competitiva) publicou um artigo “Green and Competitive: Ending the Stalemate” (verde e competitivo, fim do impasse) onde conclui que normas ambientais mais severas que estão surgindo não corroem a competitividade das empresas, mas podem aumentá-la, pela inovação na busca e pelo uso dos recursos de forma mais produtiva. A melhoria do ambiente seria então uma oportunidade econômica e competitiva e não um custo.
Com a pulverização do varejo, na maior parte das situações, o poder de compra pende para o lado de um cliente muito mais esclarecido das responsabilidades sociais e ambientais, muito mais preocupado com sua saúde e conseqüentemente com quem se preocupa com ele nestes aspectos.
Este posicionamento está alinhado com os modernos conceitos de sustentabilidade, ou responsabilidade social empresarial (também conhecida por RSE), que se apoia
ria em três pilares, o econômico, o Social e o ambiental.
O pilar econômico se refere à otimização dos recursos aumentando a eficiência visando o lucro, o retorno econômico das empresas e investidores. Este pilar já é foco de trabalho das empresas varejistas. O pilar social visaria o melhor retorno para a sociedade incluindo práticas como operar dentro da lei, pagar impostos, melhorar a condição de vida das pessoas, dos funcionários, clientes e sociedade como um todo. Por fim, o Pilar Ambiental, com temas relacionados com a conservação do meio ambiente, poluição, geração de resíduos, análise de matérias primas, etc., a ser abordado com maior intensidade neste blog.
Percebem-se então alguns conceitos em comum nos três pilares de sustentabilidade, como por exemplo a busca da melhoria das condições de vida para a sociedade e, uma necessidade de ação conjunta em todos os elos da cadeia produtiva, ou de distribuição.
O poder de compra e a conscientização do consumidor, as tendências de mercado, as oportunidades econômicas de utilização dos recursos de forma mais produzida, as vantagens (inclusive para a imagem) da empresa pela adoção de sustentabilidade nos seus conceitos e atitudes, levam-nos ao questionamento do porque se verificam ações, nem sempre coerentes ou conexas, mas nesta direção, em grandes empresas varejistas.
Porque as grandes empresas varejistas estão considerando esta questão como estratégica, a tal ponto de investir milhões no desenvolvimento de políticas de sustentabilidade?

Vamos ver também neste blog exemplos de empresas que enveredaram neste caminho com convicção, determinação e, por este motivo estão por sua vez ficando também grandes. Vamos também ver os estudos, trabalhos, pesquisas, as melhores práticas já desenvolvidas no setor, para orientar no entendimento e de uma estratégia consistente para empresas varejistas.
A sua empresa já está considerando a sustentabilidade como estratégica e ordenando não apenas ações esporádicas, mas políticas e conceitos consistentes ao logo do tempo?